terça-feira, 20 de abril de 2010

FERNANDO DE NORONHA





Fernando de Noronha ou Fernão de Noronha é um arquipélago pertencente ao estado brasileiro de Pernambuco, formado por 21 ilhas e ilhotas, ocupando uma área de 26 km², situado no Oceano Atlântico, a leste do estado do Rio Grande do Norte. Constitui um Distrito estadual de Pernambuco desde 1988, quando deixou de ser um território federal cuja sigla era FN. É gerida por um administrador-geral designado pelo governo do estado. A ilha principal tem 17 km² e fica a 545 km do Recife e a 360 km de Natal.

Após uma campanha liderada pelo ambientalista gaúcho José Truda Palazzo Jr., em 1988 a maior parte do arquipélago foi declarada Parque Nacional, com cerca de 8 km², para a proteção das espécies endêmicas lá existentes e da área de concentração dos golfinhos rotadores (Stenella longirostris) que lá se reúnem diariamente na Baía dos Golfinhos - o lugar de observação mais regular da espécie em todo o planeta.O único núcleo de povoamento em Noronha é Vila dos Remédios, mas não é considerada capital por ser a ilha considerada um distrito estadual. O parque nacional é hoje administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)

Controvérsia
Atualmente há controvérsias sobre qual estado o arquipélago deveria pertencer. Considerando a localização geográfica, Fernando de Noronha deveria pertencer ao estado do Rio Grande do Norte. Segundo o deputado Ismael Wanderley (PMDB-RN) que à época da criação da constituição de 1988 tentou aprovar uma emenda que anexava o arquipélago ao Rio Grande do Norte, justificou que o RN não tinha um trade turístico forte na época, por isso não conseguiu exercer influência suficiente para aprovar a emenda.[3]

História
A ilha teria sido descoberta, provavelmente, por Gaspar de Lemos em 1500 ou por uma expedição da qual Duarte Leite erroneamente terá atribuído o comando a Fernão de Noronha, em 1501–1502. Porém, o primeiro a descrevê-la foi Américo Vespúcio, que tomou parte na expedição de Gonçalo Coelho.

A designação do arquipélago provém, no entanto, do nome do primeiro proprietário da capitania hereditária, após doação de D. Manuel I em 16 de fevereiro de 1504 a Fernão de Noronha.

O arquipélago foi invadido algumas vezes, nomeadamente em 1534 por ingleses, de 1556 até 1612 por franceses, em 1628 e 1635 pelos holandeses, voltando ao controle português em 1700, para ser novamente conquistada pelos franceses em 1736 e definitivamente ocupada pelos portugueses em 1737.

Governo
Bandeira de Fernando de Noronha.Ver página anexa: Lista de governadores de Fernando de Noronha
O território de Fernando de Noronha foi criado em 9 de fevereiro de 1942 desmembrado do estado de Pernambuco. A entidade administrativa durou 46 anos, sendo extinta em 5 de outubro de 1988 e reincorporada ao seu estado de origem.

Colônia prisional
Antes de se tornar o paraíso turístico e ecológico dos dias atuais, o arquipélago foi local de detenção de condenados enviados a cumprir pena no presídio ali existente, que funcionou de 1737 a 1942, de 1938 em diante apenas para presos políticos do Estado Novo.

Reportagem da revista O Cruzeiro, de 2 de agosto de 1930, descreve o presídio como fantasma infernal para esses proscritos da sociedade, que viviam completamente alheios ao que se passava no resto mundo, apesar de o Governo proporcionar aos presos uma vida saudável de trabalho e de conforto (Fonte: O Cruzeiro, ed. 2 de agosto de 1930).


Detentos durante o trabalho.
Geografia
Praias

Mapa de Fernando de Noronha
Praia da Conceição, em destaque o Morro do Pico, o ponto mais alto de Fernando de Noronha com 321 metros.
Praia Sancho, pouco além desta praia uma reserva com mais de 600 golfinhos rotadores está estabelecida.Mar de Dentro
Baía e Porto de Santo Antônio
Praia da Biboca
Praia do Cachorro, na Vila dos Remédios (no centro histórico da ilha)
Praia do Meio
Praia da Conceição ou de Italcable
Praia do Boldró, na Vila Boldró
Praia do Americano
Praia do Bode
Praia da Quixabinha
Praia da Cacimba do Padre
Baía dos Porcos
Baía do Sancho (baía de águas transparentes, cercada por falésias cobertas de vegetação)
Baía dos Golfinhos ou Enseada do Carreiro de Pedra
Ponta da Sapata
Mar de Fora
Praia do Leão
Ponta das Caracas
Baía Sueste
Praia de Atalaia
Enseada da Caeira
Buraco da Raquel
Ponta da Air France

Outros locais de interesse turístico
Forte de Nossa Senhora dos Remédios de Fernando de Noronha
Fortim da Praia da Atalaia de Fernando de Noronha
Reduto de Nossa Senhora da Conceição de Fernando de Noronha
Reduto de Santa Cruz do Morro do Pico de Fernando de Noronha
Reduto de Santana de Fernando de Noronha
Reduto de Santo Antônio de Fernando de Noronha
Reduto de São João Batista de Fernando de Noronha
Reduto de São Joaquim de Fernando de Noronha
Reduto de São José do Morro de Fernando de Noronha
Reduto de São Pedro da Praia do Boldró de Fernando de Noronha
Reduto do Bom Jesus de Fernando de Noronha
Morro Dois Irmãos

Boldró
Boldró é onde está localizado o centro de convenções do Projeto TAMAR/ICMBio. Seu nome foi dado por militares americanos e é originário da expressão em inglês Bold Rock, que significa Pedra Saliente em português.

Parque Nacional Marinho
Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha

Patrimônio Mundial — Unesco

Morro Dois Irmãos, na Baía do Sancho
Informações
Inscrição: 2001
Localização: Pernambuco, Brasil
Critérios: (ix), (x)
Descrição UNESCO: fr en

O Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha é uma unidade de conservação de proteção integral administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio. Criado em 1988, ocupa a maior parte do arquipélago e possui uma variedade de fauna e flora únicas. Ótimo local para turismo, porém, devido à fiscalização do ICMBio, algumas das ilhas têm a visitação controlada.

Problemas ecológicos
Embora protegida pela designação de parque nacional, muito do seu ecossistema terrestre está destruído. A maior parte de vegetação original foi cortada na época em que a ilha funcionava como presídio, para tornar mais difícil que prisioneiros fugissem e se escondessem.

Existe também o problema das espécies invasivas, especialmente a linhaça, originalmente introduzida com a intenção de alimentar gado, sendo que, atualmente, a sua disseminação pelo território está fora de controle, ameaçando o que resta da vegetação original. Sem a cobertura das plantas, a ilha não retém água suficiente durante a estação seca, e a vegetação adquire um tom marrom, secando como consequência.

Observa-se também a incoerência da permissão de criação de ovelhas na ilha, ao mesmo tempo que se pede aos visitantes que preservem a Mata Atlântica insular, em recuperação.

Outra espécie invasiva é o lagarto localmente conhecido como teju, originalmente introduzido para tentar controlar uma infestação de ratos. A ideia não funcionou, uma vez que os ratos são noturnos e o teju diurno. Atualmente o lagarto passou a ser considerado praga em vez dos ratos.

Economia
O turismo é a principal fonte de renda do arquipélago. Na foto, uma placa indicativa do Forte de São Joaquim do Sueste.O arquipélago de Fernando de Noronha possuía em 2005 um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 22.802.000,00[4] e uma renda per capita de R$ 10.001,00.[4] O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do distrito estadual foi calculado em 0,862 (PNUD/2000).[5]

Turismo
Mergulho
Fernando de Noronha é um local de Mergulho recreativo de nível internacional. Com águas quentes ao seu redor, mergulhos a profundidade de 30 a 40 metros podem ser feitos agradavelmente sem necessidade de usar roupa de neoprene.

Próximo à ilha existe a possibilidade de se fazer um mergulho avançado e visitar a Corveta Ipiranga, que repousa a 62 metros de profundidade, depois de ser afundada naquele ponto intencionalmente, após um acidente de navegação.

A ilha conta com três operadoras de mergulho, oferecendo diferentes níveis de qualidade de serviço.

Além disso, o arquipélago conta com interessantes pontos de mergulho livre, como a piscina natural do Atalaia, o naufrágio do Porto de Santo Antônio, a laje do Boldró, dentre outros.

O arquipélago possui diversificada vida marinha, sendo comum observar diversas espécies de peixes recifais, tartarugas e eventualmente tubarões e golfinhos.